O Efeito Estufa é a forma que a Terra tem para manter sua temperatura constante. A atmosfera é altamente transparente à luz solar, porém cerca de 35% da radiação que recebemos vai ser refletida de novo para o espaço, ficando os outros 65% retidos na Terra. Ele consiste, basicamente, na ação do dióxido de carbono e outros gases sobre os raios infravermelhos refletidos pela superfície da terra, reenviando-os para ela, mantendo assim uma temperatura estável no planeta. Ao irradiarem a Terra, parte dos raios luminosos oriundos do Sol são absorvidos e transformados em calor, outros são refletidos para o espaço, mas só parte destes chega a deixar a Terra, em consequência da ação refletora que os chamados "Gases de Efeito Estufa" (dióxido de carbono, metano, clorofluorcarbonetos- CFCs- e óxidos de azoto) têm sobre tal radiação reenviando-a para a superfície terrestre na forma de raios infravermelhos.
Em todo o planeta, tanto a terra quanto os oceanos esquentaram, mas as mudanças de temperatura variam de região para região. Os registros mostram que a Terra está cerca de 0,6ºC mais quente do que há um século, com a maior parte do aquecimento tendo acontecido nos últimos 40 anos. Todos os dez anos mais quentes da história foram registrados nos últimos 12 anos, segundo a agência meteorológica da ONU.
No Brasil, a temperatura média anual aumentou em mais de 0,5ºC durante o século XX. O ano mais quente registrado até hoje foi 1998. Esse aquecimento aconteceu em todas as estações, embora seja um pouco mais acentuado nos meses de junho a agosto.
O possível impacto do aquecimento global no Brasil previsto por pesquisadores brasileiros do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais):
- Nos próximos anos, as regiões Sul e Sudeste vão sofrer com chuvas e inundações cada vez mais freqüentes.
- A floresta Amazônica pode perder 30% da vegetação, por causa de um aumento na temperatura de vai de 3ºC a 5,3ºC até 2100.
- No Nordeste, até o fim do século, a variação deve ficar entre 2ºC e 4ºC.
- O nível do mar deve subir 0,5 metro nas próximas décadas e 42 milhões de pessoas podem ser afetadas.
- O aumento na temperatura no Centro-Sul do país deve ser de 2ºC a 3ºC, aumentando a força das tempestades.
Grandes extensões da Amazônia podem se tornar suscetíveis a incêndios devido a temperaturas mais altas e menos chuvas. Algumas espécies de árvores podem ser ameaçadas pelo crescimento aumentado de trepadeiras, alimentado pelas maiores concentrações de dióxido de carbono. O aumento no fluxo dos rios no Pantanal levará a enchentes mais frequentes, ameaçando os habitats de 700 espécies de aves e 70 espécies de mamíferos.
Bem como aumentos de temperatura, muitos outros aspectos do clima vêm mudando. Alguns países tiveram chuvas mais fortes, enquanto outros sofreram secas. Há pouca evidência de mudança de regime de chuvas no Brasil, embora um leve aumento no volume tenha ocorrido no último século. Um dado que reforça essa observação é que na bacia do Rio Paraná, que cobre um milhão de quilômetros quadrados e inclui São Paulo e Brasília, foi percebido um aumento de 15% no fluxo de água nas décadas mais recentes.
Em muitas partes do mundo, houve uma redução do tempo de congelamento de lagos e rios e um aumento de ondas de calor. Geleiras do topo das montanhas encolheram, a espessura do gelo do Ártico no final do verão foi reduzida em 40% e os níveis do mar aumentaram entre 10 e 20 cm. Essas mudanças condizem com as mudanças climáticas e os cientistas acreditam que vão continuar sendo observadas no futuro, mas não é possível dizer com certeza que todas elas acontecem por causa do aumento do efeito estufa.
Os cientistas preveem ainda um grande número de eventos extremos, como temporais, enchentes, ondas de calor e secas. No fim do século, acredita-se que o nível do mar terá aumentado entre 9 e 88 cm acima dos níveis atuais. O nível dos oceanos aumenta porque a água se expande quando esquenta (como a maior parte dos materiais), e vai continuar a aumentar por séculos, porque os oceanos retêm o calor por muito tempo. O derretimento das geleiras eleva ainda mais o nível das águas.
Essas previsões são baseadas no pressuposto de que as mudanças no clima vão ocorrer gradativamente. No entanto, existem preocupações a respeito de que mudanças repentinas e drásticas possam vir a ocorrer, como aconteceram no passado, por causa de mudanças inesperadas nas correntes oceânicas, da liberação de gás durante o derretimento dos solos congelados, ou um colapso da cobertura de gelo na Antártida ocidental.
Para combater o efeito existem várias maneiras de reduzir as emissões dos gases de efeito estufa. Diminuir o desmatamento, incentivar o uso de energias renováveis não-convencionais, eficiência energética e a reciclagem de materiais, melhorarem o transporte público são algumas das possibilidades. Dando exemplos de energias renováveis não-convencionais que não vêm de combustíveis fósseis (como petróleo e gás natural) e também não inclui a hidroeletricidade. As energias renováveis não-convencionais mais conhecidas são a solar, onde se aproveita a luz e o calor do sol para gerar energia, a biomassa, oriunda mais comumente do bagaço da cana-de-açúcar e a eólica, dos ventos.