Sinopse: Rainer Wegner, professor de ensino médio, deve ensinar seus alunos sobre autocracia. Devido ao desinteresse deles, propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo e do poder. Wegner se denomina o líder daquele grupo, escolhe o lema “força pela disciplina” e dá ao movimento o nome de A Onda. Em pouco tempo, os alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, Wegner decide interrompê-lo. Mas é tarde demais, e A Onda já saiu de seu controle. Baseado em uma história real ocorrida na Califórnia em 1967.
1. Como começou a coesão no grupo de estudantes? Analise a situação inicial entre as diferentes trajetórias dos estudantes e o curso que logra “a Onda”.
R : Começou com o professor de história Wenger explicando aos seus alunos a atmosfera da Alemanha, em 1930, a ascensão e o genocídio nazista. Os questionamentos dos alunos levam o professor a realizar uma experiência pedagógica que consiste em reproduzir na sala de aula alguns clichês do nazismo: usaria o slogan “Poder, Disciplina e Superioridade”, um símbolo gráfico para representar “A onda”, entre outros. O professor se declara o líder do movimento da “onda”, incentiva a disciplina e faz valer o poder superior do grupo sobre os indivíduos. Os estudantes o obedecem cegamente. A tímida recusa de uma aluna a obriga a conviver com ameaças e exclusão do grupo. A escola inteira é envolvida no fanatismo d’A onda, até que um casal de alunos mais consciente alerta ao professor ter perdido o controle da experiência pedagógica que passou ao domínio da realidade cotidiana da comunidade escolar.
2. O que construiu essa coesão (união)? Quais elementos foram mobilizados para criar identidade?
R: A união foi construída quando o professor Wenger inicia uma experiência para demonstrar como se constitui uma legião de seguidores que não se importam em executar ordens, independente de quais sejam.
A primeira forma aplicada na sala de aula é o poder através da disciplina: para isto o professor exige que mantenham a postura ereta, que se levantem quando dirigirem-lhe a palavra, assim como lhe tratarem somente pelo sobrenome. Também exige que as perguntas e respostas sejam breves e objetivas.
A segunda forma é aplicada: o poder através da união. Então, criam um nome para o grupo, a onda, um símbolo, um cumprimento padrão e um estilo de vestimenta: calças jeans e camisas brancas.
3. Analise a questão da liberdade no filme.
R: A liberdade é feita pela motivação psicológica decisiva para a adesão que reside no desejo obscuro de dissolver a individualidade e a liberdade individual, bem mais penosa do que imagina, numa unidade mística e grupal. Essa unidade supõe gestos, rituais e símbolos lastreados na disciplina cega e na força forjada pelo grupo. A figura do líder é a fonte de autoridade e poder com a qual os jovens seguidores cegamente se identificam. Essa identificação liberta os jovens de pensarem e decidirem por si próprios. Poucas pessoas se dão conta do quanto à liberdade assim compreendida (implicando autonomia, liberdade de escolha e conseqüente responsabilidade em face do que escolhemos) é difícil e mesmo penosa.
4. Analise o papel de Karo, “a jovem de blusa vermelha” no filme.
R: Karo tem pais amorosos, mas liberais demais, o que a desagrada. Ela representa os valores da liberdade individual aos quais todos renunciaram. Ela procura denunciar as ações do grupo, tenta impedir suas ações, sendo vista, a partir daí, como inimiga. É uma resistente solitária, às voltas com o medo de alguns, a covardia de outros e a adesão pura e simples dos que acham natural o que se passa.
5. Pensando sobre uma das cenas finais, no auditório da escola, onde aconteceu uma morte, explane sobre os aplausos apaixonados e o discurso intencionado do professor.
R: Ele cita os trechos dos textos escritos na última semana, que os alunos aprenderam com a Onda e que por esse motivo não podem deixar que acabem assim. Fala sobre Alemanha piorando, que eles saem perdendo com globalização, que os políticos os fazemeles acreditarem q a única solução é trabalhar, que os pobres ficam mais pobres e os ricos mais ricos. Fala da injustiça do mundo, dos milionários que constroem espaço-nave para assistirem a destruição deles. A Onda não é o problema e sim a solução, que juntos podem fazer qualquer coisa, fala da oportunidade de reescrever a história. Que a onda irá para toda Alemanha e se alguém for contra será arrastada pela onda.
Contudo, todos esses argumentos serviram para mostrar no final que eles trocaram a liberdade pelo luxo de se sentirem superiores. Que teriam sido bons nazi-fascistas. Iriam vestir uma farda, virar a cabeça e permitir que seus amigos e vizinhos fossem perseguidos e destruídos. Que o fascismo não é uma coisa que outras pessoas fizeram, ele está dentro de todos nós. Que faz pensar como um povo pode renegar sua própria história? Mostrou que a história se repete mesmo depois de tanto tempo e que ela pode surgir em qualquer lugar do mundo e não só na Alemanha. Aprenderam que são responsáveis pelos próprios atos. E como exemplo que nunca deverão permitir que a vontade de um grupo usurpe seus direitos individuais.
6. Seria possível uma aproximação entre os temas norteadores desse roteiro e as questões mais gerais de nosso curso, educação, Estado e sociedade?
R: Sim. Pois o termo sociedade surgiu com o sentido de reunião de pessoas que se submetem às leis comuns, que tem as mesmas origens e costumes ou que apenas freqüentam ambientes comuns. Se tratando de educação podem-se observar vários grupos sociais dentro de uma escola, talvez o lugar que mais concentre pessoas com etnias, cleros e costumes diferentes. O Estado teria surgido da necessidade de se estabelecer um acordo entre os indivíduos que viviam em comunidade, com o objetivo de dirimir os conflitos que porventura se apresentavam.
De acordo com Kuenzer (2002, p. 50), citado por Oliveira:
O papel do Estado estaria relacionado ao processo de manutenção dos interesses das classes dominantes: “(...) o Estado, longe de reduzir-se a um instrumento externo às relações sociais, articula-se com elas a partir de um ponto preciso: a dominação de classe determinada pela função exercida no processo produtivo a partir da contradição entre capital e trabalho”. Contudo, percebe-se que o filme a Onda baseia-se justamente na cultura Alemã, onde conhecemos o famoso Hitler com seu facismo (nazismo), demonstrando justamente o poder de um grupo sobre “os fracos”. Os fascistas eram totalmente contrários ao sistema socialista. Defendiam amplamente o capitalismo, que obtiveram apoio político e financeiro de banqueiros, ricos comerciantes e industriais alemães e italianos. Já no filme, um dos rapazes vai obter ajuda financeira do pai para criação de buttons, cartazes, camisas e outros suportes para exibição da logomarca do grupo A Onda. No militarismo, pois no fascismo, havia alto investimento na produção de armas e equipamentos de guerra. Fortalecimento das forças armadas como forma de ganhar poder entre as outras nações. Objetivo de expansão territorial através de guerras. Trazido para o contexto do filme, essa necessidade de ganhar poder entre outras nações pode ser relacionado com o desejo de dominar toda a escola, tornando-se uma turma altamente poderosa, impondo seus ideais como únicos e exclusivos.
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